ALUNOS: GERAÇÃO Y; PROFESSORES: GERAÇÃO X: CONVERGENCIAS, DIVERGÊNCIAS E TENSÕES! 20/10/2014 - 11:50
Dirceu Antonio Ruaro
Venho falando de questões relacionadas ao processo de ensino e de aprendizagem. Hoje, temos a visão de que são dois processos, distintos, porém interdependentes. Processos que se estabelecem entre gerações diferentes. Professores e alunos pertencem a épocas diferentes, com formações diferentes e com visão de mundo diferente. É óbvio que é assim.
Agora, como conciliar as tensões e divergências próprias de um relacionando entre gerações diferentes? Os dois processos, de ensino e de aprendizagem, são processos relacionais. Tanto o ensino, quanto a aprendizagem, depende da forma como as pessoas se relacionam.
Por isso, ao entrar numa sala de professores, temos um termômetro de como essa relação ocorre. Evidentemente que o professor é a autoridade que, de alguma forma, conduz o processo relacional e vai depender dele, sem dúvidas, a qualidade dessa relação.
Tenho percebido na sala de professores, expressões saudosistas do tipo: “no meu tempo aluno não faltava à aula”; “no meu tempo aluno respeitava o professor”; “no meu tempo aluno tinha respeito para falar com os professores”; “no meu tempo aluno se comportava na sala de aula, ficava quieto, não saia tanto do lugar, não usava celular”...é, no meu tempo.....
Primeira grande questão é que o tempo mudou. Os tempos são outros e as crianças e jovens também. Precisamos admitir e entender isso. Como os tempos são outros, mudam os comportamentos, a sociedade, a cultura, os valores, as relações. Especialistas têm buscado respostas para as mudanças e entre elas, encontraram a questão do tempo das gerações. Dessa forma, crianças, jovens e adultos nascidos a partir dos anos 1980, foram classificados como Geração Y e os nascidos antes dessa data, como geração X.
Mas por que essa classificação? Simples. Pessoas nascidas a partir dos anos 1980 cresceram em um ambiente muito diferente dos que nasceram nas décadas de 1960-1970. Crianças nascidas, aqui no Brasil, a partir dos anos 90, são crianças que cresceram num ambiente virtual, com videogames, internet, computador, celular, enfim um mundo tecnológico diferente do que seus pais e professores viveram. Hoje, tudo é dinâmico, virtual, rápido. Sei que todos dizem que sabem disso. Sim, sabem, mas fazem o quê com esse conhecimento? Lidar com essas crianças e jovens diariamente exige saber como funcionam essas gerações para poder adequar nosso trabalho pedagógico de maneira mais eficiente e eficaz. Segundo os especialistas, são crianças e jovens que são capazes de realizar “Multitarefas”. Fazem diversas coisas ao mesmo tempo. Estudam, ouvem mp3, escrevem no Skype, Facebook e veem TV ao mesmo tempo.
Ainda dizem os especialistas que são capazes de se organizar em comunidades físicas e virtuais: esses adolescentes têm comportamentos coletivos e, também, tem valores coletivos. Basta ver quantas comunidades no Orkut, Facebook, falam de escolas, professores e outros alunos. São adolescentes e jovens para os quais os vídeos que o professor apresenta precisam trazer informações mais recentes, que o que se vê na
internet na sala de aula deve, de fato, contribuir para o aprendizado. São crianças, adolescentes e jovens que querem resultados imediatos, segundo os especialistas. Abandonam os conteúdos e as matérias nas quais sentem que não estão aprendendo. Exigem atenção, pois foram criados num ambiente de atenção. E mais, num ambiente com bem menos irmãos do que ocorreu com seus professores e, neste sentido, os pais podiam dar mais atenção.
Outra coisa importante para o trabalho pedagógico é saber, segundo os especialistas, que são crianças, adolescentes e jovens que fazem julgamentos a todo o momento e, que, julgam seus professores o tempo todo. Essas são algumas das características, mas não todas. Para os especialistas, a Geração X, que é a geração que está ministrando aulas, faz tudo conforme sua visão de mundo, sempre solicitando que crianças, adolescentes e jovens se enquadrem em situações que não são as situações vivenciadas por eles, daí os famosos conflitos dentro da sala de aula. A Geração X, à qual pertencemos, não transita naturalmente neste mundo digital. É uma geração que foi escolarizada no modelo pedagógico tradicional, por isso, sente saudades dizendo “no meu tempo” e acaba provocando os conflitos de geração.
Assim, cabe aos professores entenderem o que ocorre no processo de ensino e tentar conectar os alunos no mundo da sala de aula, pois fisicamente estão na sala, mas mentalmente estão conectados no mundo exterior. Cabe, também aos professores, descobrirem como seus alunos pensam e agem com a finalidade de buscar novas práticas de ensino, lembrando que o professor não prepara aula para si mesmo, mas para o aluno, melhor, para que o aluno aprenda.
Conselheiro do Conselho Estadual de Educação do Paraná – Professor – Pedagogo-Psicopedagogo Clínico e Institucional- Gestor de Educação Pública - Educador - Doutor em Educação.
Agora, como conciliar as tensões e divergências próprias de um relacionando entre gerações diferentes? Os dois processos, de ensino e de aprendizagem, são processos relacionais. Tanto o ensino, quanto a aprendizagem, depende da forma como as pessoas se relacionam.
Por isso, ao entrar numa sala de professores, temos um termômetro de como essa relação ocorre. Evidentemente que o professor é a autoridade que, de alguma forma, conduz o processo relacional e vai depender dele, sem dúvidas, a qualidade dessa relação.
Tenho percebido na sala de professores, expressões saudosistas do tipo: “no meu tempo aluno não faltava à aula”; “no meu tempo aluno respeitava o professor”; “no meu tempo aluno tinha respeito para falar com os professores”; “no meu tempo aluno se comportava na sala de aula, ficava quieto, não saia tanto do lugar, não usava celular”...é, no meu tempo.....
Primeira grande questão é que o tempo mudou. Os tempos são outros e as crianças e jovens também. Precisamos admitir e entender isso. Como os tempos são outros, mudam os comportamentos, a sociedade, a cultura, os valores, as relações. Especialistas têm buscado respostas para as mudanças e entre elas, encontraram a questão do tempo das gerações. Dessa forma, crianças, jovens e adultos nascidos a partir dos anos 1980, foram classificados como Geração Y e os nascidos antes dessa data, como geração X.
Mas por que essa classificação? Simples. Pessoas nascidas a partir dos anos 1980 cresceram em um ambiente muito diferente dos que nasceram nas décadas de 1960-1970. Crianças nascidas, aqui no Brasil, a partir dos anos 90, são crianças que cresceram num ambiente virtual, com videogames, internet, computador, celular, enfim um mundo tecnológico diferente do que seus pais e professores viveram. Hoje, tudo é dinâmico, virtual, rápido. Sei que todos dizem que sabem disso. Sim, sabem, mas fazem o quê com esse conhecimento? Lidar com essas crianças e jovens diariamente exige saber como funcionam essas gerações para poder adequar nosso trabalho pedagógico de maneira mais eficiente e eficaz. Segundo os especialistas, são crianças e jovens que são capazes de realizar “Multitarefas”. Fazem diversas coisas ao mesmo tempo. Estudam, ouvem mp3, escrevem no Skype, Facebook e veem TV ao mesmo tempo.
Ainda dizem os especialistas que são capazes de se organizar em comunidades físicas e virtuais: esses adolescentes têm comportamentos coletivos e, também, tem valores coletivos. Basta ver quantas comunidades no Orkut, Facebook, falam de escolas, professores e outros alunos. São adolescentes e jovens para os quais os vídeos que o professor apresenta precisam trazer informações mais recentes, que o que se vê na
internet na sala de aula deve, de fato, contribuir para o aprendizado. São crianças, adolescentes e jovens que querem resultados imediatos, segundo os especialistas. Abandonam os conteúdos e as matérias nas quais sentem que não estão aprendendo. Exigem atenção, pois foram criados num ambiente de atenção. E mais, num ambiente com bem menos irmãos do que ocorreu com seus professores e, neste sentido, os pais podiam dar mais atenção.
Outra coisa importante para o trabalho pedagógico é saber, segundo os especialistas, que são crianças, adolescentes e jovens que fazem julgamentos a todo o momento e, que, julgam seus professores o tempo todo. Essas são algumas das características, mas não todas. Para os especialistas, a Geração X, que é a geração que está ministrando aulas, faz tudo conforme sua visão de mundo, sempre solicitando que crianças, adolescentes e jovens se enquadrem em situações que não são as situações vivenciadas por eles, daí os famosos conflitos dentro da sala de aula. A Geração X, à qual pertencemos, não transita naturalmente neste mundo digital. É uma geração que foi escolarizada no modelo pedagógico tradicional, por isso, sente saudades dizendo “no meu tempo” e acaba provocando os conflitos de geração.
Assim, cabe aos professores entenderem o que ocorre no processo de ensino e tentar conectar os alunos no mundo da sala de aula, pois fisicamente estão na sala, mas mentalmente estão conectados no mundo exterior. Cabe, também aos professores, descobrirem como seus alunos pensam e agem com a finalidade de buscar novas práticas de ensino, lembrando que o professor não prepara aula para si mesmo, mas para o aluno, melhor, para que o aluno aprenda.
Conselheiro do Conselho Estadual de Educação do Paraná – Professor – Pedagogo-Psicopedagogo Clínico e Institucional- Gestor de Educação Pública - Educador - Doutor em Educação.