“BRASIL: PÁTRIA EDUCADORA", (2) AFINAL O QUE É ISSO? 02/04/2015 - 09:30
“BRASIL: PÁTRIA EDUCADORA", (2) AFINAL O QUE É ISSO?
Dirceu Antonio Ruaro*
Conforme disse na semana passada, estamos analisando a parte do discurso de sua Excelência, a Presidente da República, no qual, a mesma, declarou que o lema do seu segundo mandato é “Brasil: Pátria Educadora”.
No texto anterior, apresentei o conceito e a origem do termo. Dando continuidade, a pergunta que se apresenta é: Mas, o que precisa para ser uma pátria educadora?
Pelo conceito e origem do movimento, precisa bem mais do que retórica, pois se trata de um país, um estado, uma cidade que preza pela educação.
Preza pela educação, não num sentindo estreito, mas, num sentido muito amplo, na verdade, muito mais amplo.
É uma politica educacional muito mais profunda do que simplesmente um anúncio de uma vontade política.
Sim, porque até o presente momento, não se trata de uma politica educacional para o país e, nem tem, um projeto ou, um simples planejamento.
Tem apenas uma declaração num discurso político de posse, ou seja, é retórica.
A “Pátria Educadora” vai muito além da formação acadêmica, do ambiente escolar.
Mas, se ficasse só no ambiente escolar, o ganho seria magistral para um país que ocupa as piores colocações em qualquer ranking mundial de educação. Desde a educação infantil ao ensino superior.
No primeiro parágrafo do discurso, ao fazer a apresentação do lema, Sua Excelência diz: “Senhoras e Senhores, Gostaria de anunciar agora o novo lema do meu governo. Ele é simples, é direto e é mobilizador. Reflete com clareza qual será a nossa grande prioridade e sinaliza para qual setor deve convergir o esforço de todas as áreas do governo. Nosso lema será: BRASIL, PÁTRIA EDUCADORA!”
Ora, para ser simples, não poderia ser esse. Sua Excelência, certamente, sabe que o sentido e as ações necessárias para tornar o Brasil uma Pátria Educadora são muito mais amplos e complexos do que um discurso político.
Mais, se refletisse com clareza a grande prioridade e sinalizasse, de fato, o setor para o qual deveriam convergir os esforços, não haveria corte de milhões de reais mensais no orçamento do ministério da educação.
Repito, esse é o setor eleito, por Sua Excelência, como prioritário em seu governo.
Ora, a pasta da educação, justamente nos primeiros meses do ano, é que demanda maior investimento por estar iniciando novo período letivo e ter de adequar, desde espaço físico até profissionais, para atender a demanda.
Pois bem, se houvesse tanta necessidade de conter despesas, que fosse em outro setor, mas não na educação para não desdizer o que disse a Presidente em seu discurso de posse.
No segundo parágrafo, sua Excelência, a Presidente, diz: “Trata-se de lema com duplo significado. Ao bradarmos "BRASIL, PÁTRIA EDUCADORA" estamos dizendo que a educação será a prioridade das prioridades, mas também que devemos buscar, em todas as ações do governo, um sentido formador, uma prática cidadã, um compromisso de ética e um sentimento republicano”.
Certamente seria espetacular se fosse verdade. A educação brasileira como prioridade das prioridades. E, mais, dar um sentindo de formação, de cidadania, de ética e sentindo republicano nas ações do governo, seria nada mais, nada menos do que cumprir, de fato, a Constituição.
Porém, nada mais constrangedor do que explicar cidadania, ética e sentido da república aos nossos alunos, de qualquer nível, especialmente aos das séries iniciais, que também, leem jornais e assistem noticiários e, não entendem o sentido de ética, cidadania e formação praticada, especialmente pelos governos, no nosso país.
Prossegue, Sua Excelência, no terceiro parágrafo, dizendo: “Só a educação liberta um povo e lhe abre as portas de um futuro próspero. Democratizar o conhecimento significa universalizar o acesso a um ensino de qualidade em todos os níveis – da creche à pós-graduação; Significa também levar a todos os segmentos da população – dos mais marginalizados, aos negros, às mulheres e a todos os brasileiros a educação de qualidade”.
Mais uma pérola da retórica. O Brasil precisa, de fato, democratizar o acesso. Mas acesso só não basta. É preciso manter a criança e o jovem na escola. E, para mantê-los a escola precisa ter qualidade. Qualidade que se inicia na estrutura física e manifesta-se na aprendizagem dos alunos, em qualquer nível, além, evidentemente da formação dos docentes.
Qualidade que não é apenas ter acesso a tecnologias, mas saber o que fazer com elas. Qualidade que mantém o aluno atento na sala de aula, qualidade que se manifesta na aprendizagem, no desejo e no gosto de estar na escola, porque está, de fato, aprendendo.
Essa é uma das possibilidades da proposta da Presidente, não a única, evidentemente, mas uma das vias principais: a aprendizagem. Por ora, pense nisso, enquanto lhe desejo boa semana.
*Dirceu Antonio Ruaro é Licenciado em Letras Português-Inglês; Licenciado em Pedagogia, Mestre em Educação, Doutor em Educação, Secretário Municipal de Educação, Cultura, Esportes e Lazer de Vitorino-Paraná e membro do Conselho Estadual do Paraná.
No texto anterior, apresentei o conceito e a origem do termo. Dando continuidade, a pergunta que se apresenta é: Mas, o que precisa para ser uma pátria educadora?
Pelo conceito e origem do movimento, precisa bem mais do que retórica, pois se trata de um país, um estado, uma cidade que preza pela educação.
Preza pela educação, não num sentindo estreito, mas, num sentido muito amplo, na verdade, muito mais amplo.
É uma politica educacional muito mais profunda do que simplesmente um anúncio de uma vontade política.
Sim, porque até o presente momento, não se trata de uma politica educacional para o país e, nem tem, um projeto ou, um simples planejamento.
Tem apenas uma declaração num discurso político de posse, ou seja, é retórica.
A “Pátria Educadora” vai muito além da formação acadêmica, do ambiente escolar.
Mas, se ficasse só no ambiente escolar, o ganho seria magistral para um país que ocupa as piores colocações em qualquer ranking mundial de educação. Desde a educação infantil ao ensino superior.
No primeiro parágrafo do discurso, ao fazer a apresentação do lema, Sua Excelência diz: “Senhoras e Senhores, Gostaria de anunciar agora o novo lema do meu governo. Ele é simples, é direto e é mobilizador. Reflete com clareza qual será a nossa grande prioridade e sinaliza para qual setor deve convergir o esforço de todas as áreas do governo. Nosso lema será: BRASIL, PÁTRIA EDUCADORA!”
Ora, para ser simples, não poderia ser esse. Sua Excelência, certamente, sabe que o sentido e as ações necessárias para tornar o Brasil uma Pátria Educadora são muito mais amplos e complexos do que um discurso político.
Mais, se refletisse com clareza a grande prioridade e sinalizasse, de fato, o setor para o qual deveriam convergir os esforços, não haveria corte de milhões de reais mensais no orçamento do ministério da educação.
Repito, esse é o setor eleito, por Sua Excelência, como prioritário em seu governo.
Ora, a pasta da educação, justamente nos primeiros meses do ano, é que demanda maior investimento por estar iniciando novo período letivo e ter de adequar, desde espaço físico até profissionais, para atender a demanda.
Pois bem, se houvesse tanta necessidade de conter despesas, que fosse em outro setor, mas não na educação para não desdizer o que disse a Presidente em seu discurso de posse.
No segundo parágrafo, sua Excelência, a Presidente, diz: “Trata-se de lema com duplo significado. Ao bradarmos "BRASIL, PÁTRIA EDUCADORA" estamos dizendo que a educação será a prioridade das prioridades, mas também que devemos buscar, em todas as ações do governo, um sentido formador, uma prática cidadã, um compromisso de ética e um sentimento republicano”.
Certamente seria espetacular se fosse verdade. A educação brasileira como prioridade das prioridades. E, mais, dar um sentindo de formação, de cidadania, de ética e sentindo republicano nas ações do governo, seria nada mais, nada menos do que cumprir, de fato, a Constituição.
Porém, nada mais constrangedor do que explicar cidadania, ética e sentido da república aos nossos alunos, de qualquer nível, especialmente aos das séries iniciais, que também, leem jornais e assistem noticiários e, não entendem o sentido de ética, cidadania e formação praticada, especialmente pelos governos, no nosso país.
Prossegue, Sua Excelência, no terceiro parágrafo, dizendo: “Só a educação liberta um povo e lhe abre as portas de um futuro próspero. Democratizar o conhecimento significa universalizar o acesso a um ensino de qualidade em todos os níveis – da creche à pós-graduação; Significa também levar a todos os segmentos da população – dos mais marginalizados, aos negros, às mulheres e a todos os brasileiros a educação de qualidade”.
Mais uma pérola da retórica. O Brasil precisa, de fato, democratizar o acesso. Mas acesso só não basta. É preciso manter a criança e o jovem na escola. E, para mantê-los a escola precisa ter qualidade. Qualidade que se inicia na estrutura física e manifesta-se na aprendizagem dos alunos, em qualquer nível, além, evidentemente da formação dos docentes.
Qualidade que não é apenas ter acesso a tecnologias, mas saber o que fazer com elas. Qualidade que mantém o aluno atento na sala de aula, qualidade que se manifesta na aprendizagem, no desejo e no gosto de estar na escola, porque está, de fato, aprendendo.
Essa é uma das possibilidades da proposta da Presidente, não a única, evidentemente, mas uma das vias principais: a aprendizagem. Por ora, pense nisso, enquanto lhe desejo boa semana.
*Dirceu Antonio Ruaro é Licenciado em Letras Português-Inglês; Licenciado em Pedagogia, Mestre em Educação, Doutor em Educação, Secretário Municipal de Educação, Cultura, Esportes e Lazer de Vitorino-Paraná e membro do Conselho Estadual do Paraná.