Conselheiro do CEE/PR visita escola rural em Mato Grosso do Sul e destaca desafios e potencialidades da Educação no Campo 03/09/2025 - 16:13

O Conselheiro Estadual de Educação do Paraná, Jacir José Venturi, membro da Câmara do Ensino Médio e da Educação Profissional Técnica de Nível Médio deste Órgão, esteve recentemente na Escola Rural Cirilo Anoena da Costa, localizada no município de Inocência, a 365 km de Campo Grande (MS). A visita foi marcada por diálogo e palestra para aproximadamente 50 estudantes do 6.º ano do Ensino Fundamental ao Ensino Médio com o tema “A boa empregabilidade em
Cursos Técnicos ou Superiores no Agro”.

A boa empregabilidade em cursos técnicos ou superiores voltados ao setor do agronegócio reflete a força e a constante expansão desse segmento no Brasil, considerado um dos pilares da economia nacional. A formação profissional nessa área abre portas para um mercado diversificado, que vai desde a produção agrícola e pecuária até a gestão, tecnologia e inovação aplicadas ao campo. Empresas e cooperativas buscam cada vez mais profissionais qualificados, capazes de aliar conhecimento técnico, sustentabilidade e uso de novas tecnologias. Dessa forma, os egressos desses cursos encontram amplas oportunidades de inserção no mundo do trabalho, com possibilidade de rápida ascensão e valorização profissional.

A instituição onde foi ministrada a palestra funciona em regime de turmas multisseriadas, reunindo as três séries do Ensino Médio em uma mesma sala, realidade que, segundo o Conselheiro, compromete especialmente o aprendizado em componentes curriculares da área de exatas. Essa condição evidencia os limites estruturais enfrentados pelas escolas rurais, e revela o esforço e a dedicação dos profissionais que atuam em contextos de carência.

Durante o encontro, o Conselheiro destacou o engajamento da equipe pedagógica, ressaltando o empenho da diretora e dos professores, que, mesmo diante da falta de docentes habilitados em algumas áreas, demonstram forte compromisso com o ensino. Contudo, apontou dois desafios centrais: o desinteresse de parte dos estudantes pelos estudos e a escassez de profissionais especializados.

A escola do campo, que atende a comunidade local em período vespertino, mantém uma rotina de apoio alimentar e de convivência social importante para a vida dos alunos. As atividades ocorrem das 12h às 16h30, com oferta de almoço, lanche no meio da tarde e uma fruta ao final do dia. Para muitos, a instituição representa não apenas espaço de aprendizagem, mas também de acolhimento e sociabilização.

Outro aspecto relevante observado pelo conselheiro é a logística de transporte escolar. Diariamente, sete ônibus percorrem estradas de terra e propriedades rurais para garantir a presença de professores e estudantes, assegurando o funcionamento das atividades escolares. Apesar das dificuldades, Jacir José Venturi ressaltou que nesses cenários surgem histórias inspiradoras de superação e valorização da educação.

A experiência em Inocência, segundo ele, reafirma a importância de fortalecer políticas públicas específicas para a educação no campo, garantindo condições adequadas de ensino e aprendizagem para que jovens da zona rural tenham acesso a oportunidades equivalentes às dos grandes centros.