Professora Maria Luiza Furlan Costa (UEM) e Glaucia Brito (UFPR) fazem palestra na Câmara da Educação Superior 25/06/2021 - 20:30
A Câmara da Educação Superior (CES) do Conselho Estadual de Educação do Paraná (CEE/PR) recebeu, no dia 15 de junho de 2021, a Prof.ª Dra. Maria Luiza Furlan Costa, da Universidade Estadual de Maringá, e a Prof.ª Dra. Glaucia Brito, da Universidade Federal do Paraná, as quais ministraram a palestra Tecnologias Educacionais e Formação de Professores: desafios e perspectivas.
Com a possibilidade da oferta de disciplinas semipresenciais desde 2001 e, posteriormente, a oferta de disciplinas a distância nos cursos presenciais, na proporção de 20% e 40%, se fez necessário caracterizar o termo Educação a Distância (EaD): Modalidade de Educação que se caracteriza essencialmente pela proposta de ensinar e aprender sem que professores e alunos precisem estar no mesmo local e ao mesmo tempo. Caracteriza-se, também, pela intensificação do uso das Tecnologias de Informação e Comunicação, especialmente as tecnologias digitais, como mediadoras da relação ensino-aprendizagem.
O termo EaD tem sido utilizado como sinônimo tanto na literatura quanto na prática cotidiana. Para a professora Glaucia Brito, a sigla EaD deve ser tomada como “educação” e não somente como “ensino” ou “aprendizagem”. A Educação a Distância agrega uma visão de maior interatividade e interação dialógica entre educador e educandos. O termo Ensino a Distância está mais voltado para uma visão tradicional em que o foco está geralmente na emissão de conteúdo, no professor ou no ato de ensinar.
Segundo a professora Maria Luiza Furlan Costa, há falta de interesse na oferta de disciplinas a distância (semipresenciais) nos cursos de graduação. Também há falta de preocupação com a formação do corpo docente das universidades públicas para utilização das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TIDCs) nas suas atividades pedagógicas.
“O maior desafio reside na integração das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) no currículo das formações iniciais e continuada de professores. Contudo, não se trata apenas de um preparo técnico para a utilização das ferramentas tecnológicas, é uma formação que passa e perpassa por uma discussão teórica sobre os conceitos que são necessários para o desenvolvimento de uma prática que possa transformar a forma de ensinar-aprender na sociedade contemporânea”, afirmou Brito.
A professora afirmou ainda que em 2020 foi constatado, nas instituições de ensino básico e superior, que os professores não estavam preparados para a ensino online, pois não tiveram formação para essa modalidade. “Esses professores tiveram cursos baseados numa educação tecnicista, estruturada num ensino para resultados imediatistas”.
De acordo com as palestrantes, o ensino remoto foi e é a única forma de manter o isolamento físico. Não se trata de um isolamento social, pois nunca esteve-se tão próximo virtualmente dos alunos, dos colegas e dos familiares. A pandemia está mostrando a necessidade imediata da inclusão digital dos professores, estudantes e comunidade em geral. Precisa-se formar os professores para que saiam de um ensino remoto e avancem para estratégias e metodologias da EaD, de forma a estruturar uma verdadeira “educação híbrida”. Não existe outro caminho para que se possa fazer as coisas acontecerem quando o assunto é educação pública, gratuita e de qualidade.
Estiveram presentes: Prof.ª Dra. Glaucia Brito, Universidade Federal do Paraná; Prof.ª Dra. Maria Luiza Furlan Costa, Universidade Estadual de Maringá; João Carlos Gomes, Presidente do CEE/PR; Décio Sperandio, Presidente da CES/CEE; Fátima Aparecida da Cruz Padoan, Christiane Kaminski, Flávio Vendelino Scherer, Maria das Graças Figueiredo Saad e Rita de Cássia Morais, todos Conselheiros Titulares do CEE/PR.



